Semioses afetivas da música ambiente em playlists do YouTube
DOI:
https://doi.org/10.30962/ecomps.3019Palavras-chave:
Música ambiente, YouTube, Comunicação, Semiótica, TimbreResumo
O presente artigo pretende, a partir de uma pesquisa exploratória inicial, edificar um arcabouço teórico para a investigação de playlists de música ambiente publicadas YouTube. É desenvolvido o conceito de semioses afetivas do timbre, agenciamentos sonoros que produzem signos políticos, culturais, tecnológicos e de linguagem a partir das afecções entre ouvintes e sonoridades. A natureza transdisciplinar de nosso arranjo teórico nos provoca a recorrer por metodologias alternativas, provenientes da musicologia, etnomusicologia e acústica, para que se avance na investigação de hábitos de escuta de música ambiente em estudos de caso futuros.
Downloads
Referências
ARRUDA, M. Vaporwave aesthetics: arqueologia do banco de dados digital. In: CONTER, M. B.; MELLO, J. G (Orgs.). A(na)rqueologias das mídias. Curitiba: Appris, 2017. p. 109-122.
AUGÉ, M. Não-lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994.
BLAKE, D. K. Timbre as differentiation in indie music. Music Theory Online, v. 18, n. 2, 2012. Disponível em: http://mtosmt.org/issues/mto.12.18.2/mto.12.18.2.blake.php. Acesso em 2 jan. 2018.
BORN, G.; HAWORTH, C. From Microsound to Vaporwave: Internet-Mediated Musics, Online Methods, and Genre. Music & Letters. v. 98, n. 4. November 2017, p. 601–647.
BRINKEMA, E. The forms of affects. Duke University Press: Durham and London, 2014.
CONTER, M. B.; TELLES, M.: SILVA, A. R. Semiótica das afecções: uma abordagem epistemológica. Conjectura: Filos. Educ., Caxias do Sul, v. 22, n. especial, p. 36-48, 2017.
CONTER, M. B. A vaporização da música. Artigo apresentado no Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. 40o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Anais. Curitiba - PR, 2017.
______. Semioses afetivas do timbre: formulação teórica para uma análise de sonoridades do rock independente brasileiro. Semiótica e transdisciplinaridade em revista, São Paulo, v. 11, n.1, p.96 a 112, Jul. 2020.
DELEUZE, G. Espinoza e as três éticas. In: DELEUZE, G. Crítica e clínica. São Paulo: Ed. 34, 2019. p. 177-194.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs - capitalismo e esquizofrenia 2, v. 5. Trad. Peter Pál Pelbart e Janice Caiafa. São Paulo: Ed. 34, 2008.
ELFEREN, I. Timbre: Paradox, Materialism, Vibrational Aesthetics. New York: Bloomsbury Academic, 2021. Bloomsbury Collections. Web. 3 Feb. 2021. .
ENO, B. Ambient #1 Music for Airports. PCV 7908 (AMB 001). E.G. Records, 1978. 1 disco sonoro (42 min), 33 1/3 rotações, estéreo, 12 pol.
FINK, R.; WALLMARK, Z.; LATOUR, M. Introduction–Chasing the dragon: in search of tone in popular music. In: FINK, Robert; LATOUR, Melinda; WALLMARK, Zachary (Orgs.) The relentless pursuit of tone: timbre in popular music. Nova Iorque: Oxford University Press, 2018. p. 1-17.
GAUZISKI, D. Paisagens sonoras da produtividade: músicas e sonoridades para foco e concentração no YouTube. In: CASTANHEIRA, J. C. S.; CONTER, M. B.; MARRA, P. (Org.). Sons do fim do mundo. Porto Alegre: Sulina 2024. No prelo.
GUMBRECHT, H. U. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto, 2010.
KITTLER, F. Mídias ópticas: curso em Berlim, 1999. Trad. Markus Hediger. Rio de Janeiro: Contraponto, 2016.
KITTLER, F. Gramofone, filme, typewriter. Belo Horizonte: UFMG, 2019
LANDARINI, S. "Sou só uma pessoa triste": Fluxos sonoros sensoriais no lofi hip hop. 2021, 78 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 2021.
MARTINO, L. M. S. Teoria da Comunicação: idéias, conceitos e métodos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MENEZES, F. A acústica musical em palavras e sons. Cotia: Ateliê Editorial, 2003.
PASSOS, E.; BARROS, R. B. A cartografia como método de pesquisa-intervenção. IN: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2015. p. 17-31.
PEREIRA, V. A. MERSBE – Mercado de Ruídos e Sons para o Bem-Estar: Modulações da Escuta e Cultura Aural Contemporânea. Artigo apresentado no GT Estudos de Som e Música na XXVII COMPÓS. PUC-MG, Belo Horizonte, 05 a 08 de junho de 2018.
REYNOLDS, S. Retromania: pop culture's addiction to its own past. New York: Faber and Faber, 2011.
ROSA, A. S; JANOTTI JR, J. “Lofi Hip Hop Radio”: Youtube, Música Instrumental e Novas Escutas. In: PRATA, N.; PESSOA, S. C.; BRANDÃO, V. C (Orgs.). Desigualdades, gêneros e comunicação: olhares de pesquisadores em formação. São Paulo: Intercom, 2019.
SCHAFER, R M. A afinação do mundo: uma exploração pioneira pela história passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambiente: a paisagem sonora. Trad. Marisa Trench Fonterrada. São Paulo: Editora UNESP, 2001.
SEIGHWORTH, G. J.; GREGG, M. An inventory of shimmers. In: GREGG, M.; SEIGHWORTH, G. (Orgs.). The affect theory reader. Durham: Duke University Press, 2010. p. 1-25.
SILVEIRA, F. Rupturas instáveis: entrar e sair da música pop. Porto Alegre: Libretos, 2013.
SHANK, B. The political force of musical beauty. Durham and London: Duke University Press, 2014. 330p.
TANNER, G. Babbling corpse: vaporwave and the commodification of ghosts. [versão ePub] Winchester, Washington: Zero Books, 2016.
TROTTA, F. Annoying music in everyday life. New York: Bloomsbury, 2020.
VANEL, H. Triple entendre. Furniture music, Muzak, Muzak-plus. Chicago: University of Illinois Press, 2013.
WINSTON, E; SAYWOOD, L. Beats to Relax/Study to: contradiction and paradox in lofi hip hop. IASPM Journal. v. 9, n. 2, 2019.
ZIELINSKI, S. Arqueologia da mídia: em busca do tempo remoto das técnicas do ver e do ouvir. São Paulo: Annablume, 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Marcelo Bergamin Conter
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.