Os monstros somos nós
o horror contemporâneo na ficção seriada Os Outros
DOI:
https://doi.org/10.30962/ecomps.3095Palavras-chave:
Horror social, Hibridismo de gênero, Os Outros, GloboplayResumo
Analisamos a série Os Outros, do Globoplay, a fim de identificar como a narrativa aborda a temática do medo a partir das convenções do “horror social”. Na base teórica, o conceito de gênero artístico, de horror e de horror social foram adotados para derivar o objeto formal da emoção neste gênero: o medo. Metodologicamente, operamos uma análise dramatúrgica e estilística para averiguar as convenções genéricas aplicadas na série. Em síntese, diálogos, iluminação e trilhas conformam os sentidos do horror social que, na narrativa, destaca tensões entre masculinidades frágeis, violência urbana, embates entre classe e gênero, como expressões da atualização do horror social.
Downloads
Referências
ALTMAN, R. Los géneros cinematográficos. Paidós Comunicación, 1999.
ARISTÓTELES. Poética. Trad. Eudoro de Sousa. São Paulo: Brasiliense, 1987.
BARRETO, L. G. Horror Social: o novíssimo cinema brasileiro que se apropria das convenções do gênero para cutucar feridas nacionais: uma análise de “Canto dos Ossos” (2020) e “Cemitério das Almas Perdidas” (2020). 37f. 2022. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Mídia, Informação e Cultura) – Centro de Estudos Latino-americanos sobre Cultura e Comunicação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.
BAUMAN, Z. O Mal-estar da Pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
BUONANNO, M. Seriality: development and disruption in the contemporary medial and cultural environment. Critical Studies in Television, United Kingdom, v. 14, n. 2, p. 187-203, 2019.
BUTLER, Jeremy. Television style. New York: Routledge, 2010.
CARROLL, N. A Filosofia do Horror ou Paradoxos do Coração. Campinas: Papirus, 1999a.
______. Film, Emotion and Genre. In: PLATINGA C.; SMITH G. M. (ed.). Passionate Views: Film, Cognition, and Emotion. Johns Hopkins University Press, 1999b.
CÁNEPA, L. L. Medo de quê?: uma história do horror nos filmes brasileiros. 498 f. 2008. Tese (Doutorado em Multimeios) – Programa de Pós-Graduação em Multimeios, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
DELUMEAU, J. Medos de ontem e de hoje. In: NOVAES, Adauto (org.). Ensaios sobre o medo. São Paulo: Editora SENAC SP / SESC SP, 2007. p. 39-52.
DUNLEAVY, T. Complex serial drama and multiplatform television. Routledge: New York, 2018.
______. Television drama: form, agency, innovation. Palgrave Macmillan: New York, 2009.
FRANÇA, J. Medo e literatura. In: FRANÇA, J.; AUGUSTO, D. (org.). Poéticas do mal: a literatura de medo no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Acaso Cultural, 2022.
FRANÇA, J. O gótico e a presença fantasmagórica do passado. In: XV Congresso Internacional Abralic. Anais eletrônicos. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: https://abralic.org.br/anais/arquivos/2016_1491403232.pdf. Acesso em: 23 fev. 2025.
FEUER, J. Genre Study and Television. In: Robert C. Allen (ed.). Channels of discourse, reassembled: Television and contemporary criticism. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1992. p. 139-159.
FISKE, John. Television culture. London: Routledge, 1987.
GOMES, W. S. Estratégias de Produção de Encanto: O alcance contemporâneo da poética de Aristóteles. In: The Mwga's Book. Salvador: 2004. p. 20-37. Disponível em: https://ateve.wordpress.com/wp-content/uploads/2009/10/wilson-artigos.pdf. Acesso em: 12 maio 2025.
GRODAL, T. Moving Pictures: A New Theory of Film Genres, Feelings, and Cognition. Oxford and New York: Oxford University Press, 1997.
JOHNSON, C. Da radiodifusão à TV online. In: MASSAROLO, J. C.; MESQUITA, D. Produção de conteúdo: audiovisual multiplataforma. São Paulo: Soul, 2020.
JOHNSON, C. Online TV. New York: Routledge, 2019.
LOBATO, R. Netflix nations: the geography of digital distribution. Nova York: New York University Press, 2019.
LOPES, M. I. V. de. Telenovela brasileira: uma narrativa sobre a nação. Comunicação & Educação, São Paulo, 2003, v. 26, p. 17-34. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v0i26p17-34. Acesso em: 20 nov. 2024.
LOTZ, A. D.; LOBATO, R. (Ed.). Streaming Video: Storytelling Across Borders. Nova Iorque: NYU Press, 2023.
MACDONALD, I. Screenwriting Poetics and the Screen Idea. London: Palgrave Macmillan, 2013.
MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: Comunicação, cultura e hegemonia. 5a ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2015.
MARTIN, B. Difficult men: behind the scenes of a creative revolution. From The Sopranos and The Wire to Mad Men and Breaking Bad. New York: Penguin Group, 2014.
MITTELL, J. Complexidade narrativa na televisão americana contemporânea. MATRIZes, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 29-52, jan./jun. 2012.
MITTELL, J. Complex TV: The Poetics of Contemporary Television Storytelling. New York: University Press, 2015.
MOINE, R. Cinema Genre. New Jersey: Blackwell Publishing, 2015.
NELSON, R. State of play Contemporary “high-end” TV drama. Manchester: Manchester University Press, 2007.
OS OUTROS. Direção de Luisa Lima e Lara Carmo. Produção de Luciana Monteiro. Brasil, 2023. Digital (570 min).
PISCITELLI, A. Post/televisión: ecologia de los medios en la era de internet. Buenos Aires: Paidós, 1998.
REZENDE, M. A. O mistério no cinema: questões de gênero, hibridação e escrita de roteiros. 200 f. 2018. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2018.
ROCHA, S. M.; FERREIRA, M. de A.; SILVA, M. O. S.; VIEIRA, G. A.; SILVA, M. V. M. e; AVILA, M. A.; BEZERRA, L. R. Mercado e produção de ficção seriada para streaming no Brasil: desafios para a regulação, a diversidade e a construção de políticas públicas. Eptic, v. 27, n. 1, p. 85-107, 2025.
ROCHA, S. M.; FERREIRA, M. de A.; VIEIRA, G. A. A estética do drama seriado complexo e a emergência da anti-heroína: uma análise estilística de Irmandade (Netflix, 2019-). Galáxia, v. 49, n. 1, p. 1-24, 2024.
ROCHA, S. M.; SILVA, M. V. M. e; ANCHIETA, W.; FERREIRA, M. de A.; ARANTES, L. M. C. Expansões do modelo clássico de storytelling e a conquista atencional em produções da Netflix no Brasil: 3%, Coisa Mais Linda e Boca a Boca. Anais do 30° Encontro Anual da Compós, 2021, São Paulo. Anais eletrônicos... Campinas: Galoá, 2021. Disponível em: https://proceedings.science/compos/compos-2021/papers/expansoes-do-modelo-classico-de-storytelling-e-a-conquista-atencional-em-produ-coes-da-netflix-no-brasil--3---coisa-mais-#. Acesso em: 10 mar. 2025.
SALVIANO, L. F.; FELINTO E. O Imaginário do medo do outro entre a realidade e a ficção: um estudo de caso sobre os esmagados, de Junji Ito. Revista Insólita, ano 4, v. 4, n. 2, jul./dez. 2024.
SILVA, M. V. B. Origem do drama seriado contemporâneo. MATRIZes, v. 9, n. 1, jan./jun. 2015.
WILLIAMS, L. “Melodrama Revised.” In: BROWNE, N. (ed.). Refiguring American Film Genres: Theory and History. Berkeley: U. of California, 1998. p. 42–88.
WOLFF, M. Television is the new television: the unexpected triumph of old media in the digital age. New York: Portfolio/Penguin, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Simone Maria Rocha, Marcos Vinicius Meigre e Silva, Larissa Ribeiro Bezerra, Millena Ohana Santos da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
