Perspectivas de raça, gênero e classe sobre o mundo do trabalho na série As Five
DOI:
https://doi.org/10.30962/ecomps.3051Palavras-chave:
Consubstancialidade, Divisão sexual do trabalho, Ficção seriada, Globoplay, As FiveResumo
A presente proposta discute de que modo a série As Five, da Globoplay, endereça sentidos sobre gênero, classe e raça no mundo do trabalho. Para compreender tal articulação, os conceitos de consubstancialidade e coextensividade são utilizados como operadores teóricos. Privilegia-se como técnica de análise os Modos de Endereçamentos, no intuito de desvendar as intencionalidades dos produtores dos textos audiovisuais e as negociações entre sujeito/espectador. Entende-se que a série corrobora com os avanços dos direitos das mulheres, ainda marcada por uma ampla desigualdade social que pode ser mais ou menos intensificada de acordo com o cruzamento entre as diferentes categorias identitárias.
Downloads
Referências
BIROLI, F.; MIGUEL, L. F. Gênero, raça, classe: opressões cruzadas e convergências na reprodução das desigualdades. Mediações: Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 20, n. 2, p. 27-55, 2015.
DAYRELL, Marina. Mulheres negras são apenas 3% entre líderes nas empresas, diz estudo. Estadão, São Paulo, 11 mar. 2022. Disponível em: https://www.estadao.com.br/economia/sua-carreira/mulheres-negras-lideres-empresas-estudo-gestao-kairos. Acesso em: 23 ago. 2023.
ELLSWORTH, Elizabeth. Modos de Endereçamento: uma coisa de cinema; uma coisa de educação também. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Nunca fomos humanos: nos rastros do sujeito. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
FEDERICI, Silvia. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo. São Paulo: Boitempo Editorial, 2021.
FERREIRA, Amanda Magalhães. Viva a diferença? As representações das juventudes e das narrativas da diferença em Malhação, sob um olhar decolonial. 2021. 192 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Instituto de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal de Ouro Preto, Mariana, 2021.
FRASER, Nancy. Mercantilização, proteção social e emancipação: as ambivalências do feminismo na crise do capitalismo. Revista Direito GV, [S.l.], v. 7, p. 617-634, 2011.
GARCIA, Amanda Kovalczuk. Interseccionalidade ou consubstancialidade. Novos Rumos Sociológicos, [S.l], v. 10, n. 18, p. 103-129, 2022.
GLOBOPLAY. As Five. Globo Comunicação e Participações, São Paulo, 12 de nov. de 2020. Disponível em: https://globoplay.globo.com/as-five/t/XNH9T9JnR8/. Acesso em: 21 ago. de 2023.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, p. 595-609, 2007.
HIRATA, H. Gênero, classe e raça Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, [S. l.], v. 26, n. 1, p. 61-73, 2014.
HOW Motherhood hurts careers. The Economist, 30 jan. 2024. Disponível em: https://www.economist.com/interactive/graphic-detail/2024/01/30/how-motherhood-hurts-careers. Acesso em: 18 fev. 2024.
KELLNER, Douglas. A cultura da mídia – estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Bauru: EDUSC, 2001.
KERGOAT, Danièle. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos Estudos, São Paulo, n. 86, p. 93-103, 2010.
KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho. In: HIRATA, Helena et. al. Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Editora Unesp, 2019.
KING, Jean. Why the mental cost of a STEM career can be too high for women and people of colour. Nature, [S. l.], n. 626, p. 235, 2024.
MINUZZI, Carolina; PETERMANN, Juliana. Consubstancialidade: uma reflexão conceitual para pesquisas em publicidade. Signos do Consumo, [S.l], v. 13, n. 1, p. 59-71,2021.
MALHAÇÃO: Viva a Diferença ganha o Emmy Internacional Kids. Gshow, Rio de Janeiro, 9 abr. 2019. Disponível em: https://gshow.globo.com/novelas/malhacao/2017/noticia/malhacao-viva-a-diferenca-ganha-o-emmy-internacional-kids.ghtml. Acesso em: 21 ago. 2023.
PREDIGER, Solange. Mídia e representação social juvenil: recepção do Programa Malhação. 2011. 149 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Comunicação, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2011.
RIBEIRO, Regiane. Mulheres negras e mundo do trabalho: interseccionalidades (im) possíveis nas séries originais Netflix. In: XXIX Encontro da Compós. Campo Grande: UFMS. 2020. Anais [...], Campo Grande, 2020.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.
SCHINCARIOL, Juliana. Falta diversidade racial no topo das empresas abertas. Valor Econômico, 29 jan. 2024. Disponível em: https://valor.globo.com/carreira/noticia/2024/01/29/falta-diversidade-racial-no-topo-das-empresas-abertas.ghtml. Acesso em: 12 fev. 2024.
SIGILIANO, Daiana et. al. A aprendizagem informal na produção de fanfics da série As Five In: IV Jornada Internacional GEMInIS. São Paulo: UFScar, 2021. Anais [...], São Carlos, 2021.
Silva, Arthur Henrique Monteiro. Atividade publicitária contestada: o discurso de consultorias LGBTQIA+ no fazer publicitário. 2021. Dissertação (mestrado em Comunicação) - Setor de Artes, Comunicação e Design, Programa de Pós- Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2021.
SORJ, Bila. Sociologia e trabalho: mutações, encontros e desencontros. Revista Brasileira de Ciências Sociais, [S.l], v. 15, p. 25-34, 2000.
TAPSCOTT, Don. A hora da geração digital: como os jovens que cresceram usando a internet estão mudando tudo, das empresas aos governos. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
UNFPA. Apesar de redução, Brasil ainda apresenta dados elevados de gravidez e maternidade na adolescência, apontam especialistas. UNFPA, São Paulo, 16 set. 2022. Disponível em: https://brazil.unfpa.org/pt-br/news/brasil-ainda-apresenta-dados-elevados-de-gravidez-e-maternidade-na-adolescencia. Acesso em: 26 ago. 2023.
WORLD ECONOMIC FORUM. Global Gender Gap Report 2023. Geneva: World Economic Forum, 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Romão Matheus Neto, Arthur Henrique Monteiro Silva, Regiane Regina Ribeiro
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.