Mulheres no jornalismo esportivo

impacto da narração e dos comentários femininos na Copa do Catar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.2959

Palavras-chave:

Mulheres jornalistas, Jornalismo esportivo, Análise de redes semânticas, Redes sociais, Copa do Mundo do Catar

Resumo

O artigo busca analisar postagens no Twitter motivadas pelo pioneirismo da narradora Renata Silveira e da comentarista Ana Thaís Matos em transmissões da Copa de 2022 na Globo. Um método quanti-qualitativo de análise de redes semânticas foi utilizado na coleta do conteúdo, permitindo a investigação de termos relacionados com mais frequência nos discursos do corpus. Como resultado, identificamos o marcador de gênero como central de modo descritivo, analítico e político. As discussões dos resultados abordaram: a divisão sexual do trabalho no jornalismo, a referência masculina no esporte, a polarização de ideias promotora de debates e a aparência física das jornalistas como argumento machista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renata Barreto Malta, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, Sergipe, Brasil

Doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP, 2013). Professora do Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal do Sergipe (UFS), professora permanente e atual vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCOM) da mesma instituição. Coordenadora no Grupo de Pesquisa GENI – Gênero e Interseccionalidades na Comunicação.

Érika Alfaro de Araújo , Universidade Estadual Paulista, Bauru, São Paulo, Brasil

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Mestra em Comunicação e graduada em Jornalismo pela mesma instituição, realiza pesquisa na linha de Processos Midiáticos e Práticas Socioculturais com foco no jornalismo esportivo e suas relações com a questão de gênero.

Aianne Amado, Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil

Doutoranda em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Cultura, Economia e Políticas da Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Sergipe (PPGCOM-UFS). Membro dos grupos de pesquisa OBSCOM/Cepos (UFS); GENI – Gênero e Inteseccionalidades na Comunicação (UFS); JDL – Jornalismo, Direito e Liberdade (USP); e NEV – Núcleo de Estudos da Violência (USP).

Referências

ARAÚJO, É. A. Mulheres em campo: gênero no jornalismo esportivo brasileiro. Curitiba: Appris, 2023.

ARRUDA, E. FPF institui jogadora-objeto no Paulista. Folha de S.Paulo, São Paulo, 16 set. 2001. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/fsp/esporte/fk1609200119.htm>. Acesso em 28 fev. 2023.

BAHÚTE, E. Torcedores se revoltam com declaração de Caio Ribeiro em jogo do Brasil. Torcedores.com, 2 ago 2023. Disponível em: <https://www.torcedores.com/noticias/2023/08/torcedores-se-revoltam-com-declaracao-de-caio-ribeiro-apos-eliminacao-do-brasil-na-copa-do-mundo>. Acesso em: 1 abr. 2024.

BARBEIRO, H.; RANGEL, P. Manual do jornalismo esportivo. São Paulo: Contexto, 2006.

BORGES, R.; MELO, G. Quando a raça e o gênero estão em questão: embates discursivos em rede social. Revista Estudos Feministas, v. 27, n. 2, e54727, 2019.

BRASIL É O país que mais usa o Twitter para falar de futebol no mundo. Gazeta Esportiva, São Paulo, on-line, 7 jul. 2022. Disponível em: <https://www.gazetaesportiva.com/times/brasil/brasil-e-o-pais-que-mais-usa-o-twitter-para-falar-de-futebol-no-mundo/>. Acesso em: 1 mar. 2023.

BRUM, A.; CAPRARO, A. M. Mulheres no jornalismo esportivo: uma “visão além do alcance”. Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 4, p. 959-971, out.-dez. 2015.

BUTLER, J. Discurso de ódio: uma política do performativo. São Paulo: Editora Unesp. 2021.

COSTA, L. M. Beauty, Effort and Talent: a Brief History of Brazilian Women’s Soccer in Press Discourse. Soccer and Society, v. 15, n. 1, p. 81-92, 2014.

DANOWSKI, J. A. Network Analysis of Message Content. In: RICHARDS, W. D.; BARNETT, G. (Eds.). Progress in Communication Sciences. v. 12. Norwood: Ablex, 1993. p. 197-222.

DUNNING, E. O esporte como um domínio masculino: observações sobre as fontes sociais da identidade masculina e suas transformações. In: DUNNING, E. Sociologia do esporte e os processos civilizatórios. São Paulo: Annablume, 2014. p. 233-254.

ELSEY, B.; NADEL, J. H. Futebolera: a History of Women and Sports in Latin America. Austin: University of Texas Press, 2019.

FERRO, R. Sujeito autorizado no jornalismo esportivo sobre futebol. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ARTIGOS SOBRE FUTEBOL, 4., 2023. Anais... São Paulo, 2023.

FÍGARO, R.; NONATO, C.; GROHMANN, R. As mudanças no mundo do trabalho do jornalista. São Paulo: Atlas, 2013.

FIRMINO, C. B. Gênero e posicionamento no esporte: a noticiabilidade no jornalismo esportivo feminista do Dibradoras. 2021. 513 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2021. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/items/6a4977c1-7f9e-4e01-8cf7-eaf2b34c37a5>. Acesso em: 19 mar. 2024.

FRANZINI, F. Futebol é “coisa para macho?”: pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 25, n. 50, p. 315-328, 2005. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbh/a/nTrFPPWwPkMTKPMmBmtRwCc/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 10 jan. 2024.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 132, n. 37, p. 595-609, 2007. DOI: 10.1590/S0100-15742007000300005.

JANUÁRIO, S. B. Marta em notícia: a (in)visibilidade do futebol feminino no Brasil. FuLiA/UFMG, v. 2, n. 1, p. 28-43, 2017.

______.; VELOSO, A. M. C.; CARDOSO, L. C. F. Mulher, mídia e esportes: a Copa do Mundo de Futebol Feminino sob a ótica dos portais de notícias pernambucanos. Revista Eptic, v. 18, n. 1, p. 168-184, 2016.

KESSLER, C. S. Futebol ou futebóis: é plural ou singular?. In: KESSLER, C. S. (Org.). Mulheres na área: gênero, diversidade e inserções no futebol. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016. p. 21-41.

LEITE, A. Editoras, repórteres, assessoras e freelancers: diferenças entre as mulheres no jornalismo. Cadernos de Pesquisa, v. 47, n. 163, p. 44-68, 2017. DOI: 10.1590/198053143810.

LELO, T. A feminização do Jornalismo sob a ótica das desigualdades de gênero. Revista Estudos Feministas, v. 27, n. 2, p. 1-14, 2019. DOI: 10.1590/1806-9584-2019v27n254225.

MARTÍN, R.; ARJONILLA, E.; SEDEÑO, E. Cuerpos y prácticas: una década de estudios ctg. Cadernos Pagu, dossiê Gênero e ciências: histórias e políticas no contexto ibero-americano, n. 49, 2017. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/cpa/a/LQv7NGV5mHbWKRKg3TqCbPQ/?lang=es>. Acesso em: 19 mar. 2024.

MOURÃO, L.; MOREL, M. As narrativas sobre o futebol feminino: o discurso da mídia impressa em campo. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 26, n. 2, p. 73-86, jan. 2005.

OKIN, S. M. Gênero, o público e o privado. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, p. 305-332, 2008.

OLIVEIRA, A. P.; OLIVEIRA, N. L. A mulher no jornalismo esportivo. Revista Observatório, on-line, v. 3, n. 5, 2017. Disponível em: <https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/observatorio/article/view/3326>. Acesso em: 2 fev. 2023.

PACHECO, L. T.; SILVA, S. R. Mulheres e jornalismo esportivo: possibilidades e limitações em um campo masculino. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 28, n. 3, e61002, 2020.

PIOVESAN, B. #WorldCup on Twitter: The G.O.A.T. Blog.Twitter, on-line, 20 dez. 2022. Disponível em: <https://blog.twitter.com/en_us/topics/events/2022/2022-World-Cup-Insights>. Acesso em: 2 mar. 2021.

PISANI, M. S. Futebol feminino: espaço de empoderamento para mulheres das periferias de São Paulo. Ponto Urbe, on-line, v. 14, 2014. Disponível em: <https://journals.openedition.org/pontourbe/1621>. Acesso em: 1 mar. 2023.

RAMIRES, L. Mulheres jornalistas esportivas e mercado de trabalho: quem (não) as deixa trabalhar?. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 501-509, set.-dez. 2020.

RAMOS, R. H. P. Mulheres jornalistas: a grande invasão. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo; Faculdade Cásper Líbero, 2010.

RECUERO, R. O Twitter como esfera pública: como foram descritos os candidatos durante os debates presidenciais do 2º turno de 2014?. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 157-180, 2016.

______.; BASTOS, M. T.; ZAGO, G. Análise de redes para mídia social. Porto Alegre: Sulina, 2015.

RIBEIRO, A. Os donos do espetáculo: histórias da imprensa esportiva do Brasil. 1. ed. São Paulo: Terceiro Nome, 2007.

SARMENTO, G. Renata Silveira, 1ª narradora da Copa na Globo, diz que se prepara “2x mais”: “A gente não pode errar”. G1, 25 nov. 2022. Disponível em: <https://g1.globo.com/pop-arte/tv-e-series/noticia/2022/11/25/renata-silveira-1a-narradora-da-copa-na-globo-diz-que-se-prepara-2x-mais-a-gente-nao-pode-errar.ghtml>. Acesso em: 30 jan. 2023.

SILVA, A. S.; MALTA, R. B. Vozes femininas nas mídias sonoras: intersecções entre trabalho e relações de gênero. Radiofonias – Revista de Estudos em Mídia Sonora, Mariana, v. 13, n. 1, p. 69-96, jan.-abr. 2022.

SOUZA JÚNIOR, O. M.; REIS, H. H. B. O canto das sereias: o futebol como atividade profissional no Estado de São Paulo. In: KESSLER, Cláudia Samuel (Org.). Mulheres na área: gênero, diversidade e inserções no futebol. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2016, p. 59-87.

TAVARES, C. Q.; RECUERO, R. Toxicidade e violência discursiva contra deputadas federais no Twitter. Galáxia, v. 48, p. 1-25, 2023. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1982-2553202362122>. Acesso em: 14 jan. 2024.

VASCONCELOS FILHO, J. M.; COUTINHO, S. O ativismo digital brasileiro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2016.

WERNECK, P. Copa do Mundo: Renata Silveira explica por que fica mais tranquila ao narrar futebol feminino. Lance!, Rio de Janeiro, 19 jul. 2023. Disponível em: <https://www.lance.com.br/fora-de-campo/copa-do-mundo-renata-silveira-explica-por-que-fica-mais-tranquila-ao-narrar-futebol-feminino.html>. Acesso em: 25 out. 2023.

WESTLING, M. Expanding the Public Sphere: the Impact of Facebook on Political Communication. Advances in Journalism and Communication, n. 3, p. 123-138, 2007. DOI: /10.4236/ajc.2015.34014.

WINTER, Y.; VIANA, L. A podosfera é delas? Um panorama Brasileiro sobre podcasts apresentados apenas por mulheres. Revista Razón y Palabra, v. 24, n. 111, p. 47-61, 2021. Disponível em: <https://doi.org/10.26807/rp.v25i111.1796>. Acesso em: 15 mar. 2023.

WOOD, D. The Beautiful Game? Hegemonic Masculinity, Women and Football in Brazil and Argentina. Bulletin of Latin American Research, v. 37, n. 5, p. 567-581, 2018.

Downloads

Publicado

18-10-2024

Como Citar

Malta, R. B., Alfaro de Araújo , Érika, & Amado, A. (2024). Mulheres no jornalismo esportivo: impacto da narração e dos comentários femininos na Copa do Catar. E-Compós, 27. https://doi.org/10.30962/ecomps.2959

Edição

Seção

Artigos Originais