Televisão, narrativa e restos do passado
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.138Palavras-chave:
Narrativa, Tempo, TelevisãoResumo
O artigo procura mostrar que existe um modo próprio de contar história da televisão, que permite afirmar a existência de uma narrativa televisual. Determinados aspectos da linguage m formam constantes em termos de peculiaridades e particularidades, que não se confundem com emissões de outros meios audiovisuais. Essas constantes são as articulações temáticas, a dependência da forma dos regimes de oralidade e modos de comunicação que instauram “modos de ver” particulares. São essas características dos modos de contar da televisão – não importa se em gêneros dependentes da convenção de veracidade ou de ficcionalidade – que estamos particularizando como narrativa televisual. Num segundo momento, mostraremos como a televisão articula sua narrativa temporalmente, colocando passado, presente e futuro em regimes de compreensão próprios. O presente dilatado, o passado como resto e o futuro como espera reproduzem a lógica do tempo vulgar na tela da TV e modos de contar cotidiano. Poderíamos, então, dizer que a narrativa televisual se insere nesse desejo de moldar novas vistas esquemáticas sob a forma de contar histórias? Até que ponto a televisão constrói novas formas narrativas? E como essas construções estabelecem a conexão com o passado, através do que chamamos vestígios memoráveis, e com o futuro, através do sentido de espera? Enfim, como os vestígios memoráveis informam sobre a narrativa televisual e sua relação com o tempo? São essas perguntas fundamentais que direcionam o sentido desse texto, que é resultado da pesquisa Mídia e Cerimônias Festivas da TV Brasileira, financiada pela FAPERJ (Cientista do Nosso Estado) e pelo CNPQ (Bolsa Produtividade e Pesquisa).Downloads
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