Ativismo transmídia nas eleições 2018 no Brasil

a semiose de #CadêAProva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ec.2017

Palavras-chave:

Ativismo Transmídia. Semiose. Eleições. Hashtags. Interpretantes.

Resumo

A hashtag #CadêAProva surgiu durante o julgamento de Lula, em janeiro de 2018, e foi apropriada, em outubro do mesmo ano, pelos apoiadores à candidatura de Jair Bolsonaro, na eleição presidencial. Por meio de coleta nas redes sociais on-line, verificamos o processo de ressignificação da narrativa mediada pela hashtag, aqui caracterizado como ativismo transmídia por envolver mobilização social em conexões on-line/off-line. Diante disso, buscamos compreender o que caracteriza a semiose de #CadêAProva e de que modo tal processo revela aspectos singulares do ativismo transmídia no contexto das eleições presidenciais do Brasil em 2018. Concluímos que a ressignificação transmidiática ocorreu pelo conjunto híbrido de signos aptos a potencializar o encadeamento simbólico de hashtags e, com isso, promover engajamento por aderência (interpretante emocional), mobilização (interpretante energético) e ativismo (interpretante lógico).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Geane Carvalho Alzamora, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora Associada da Universidade Federal de Minas Gerais, membro do corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (UFMG). Bolsista de Produtividade em Pesquisa, nível 2, pelo CNPq.

Luciana Andrade Gomes Bicalho, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais. Professora dos cursos de MBA do IEC Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e de graduação do UniBH.

Referências

ALMEIDA, C. Hashtags: batalhas simbólicas na política. Sociotramas, 2018. Disponível em: https://sociotramas.wordpress.com/2018/09/27/hashtags-batalhas-simbolicas-na-politica/. Acesso em: 09 out. 2018.
ALZAMORA, G. A semiotic approach to transmedia storytelling. In: FREEMAN, M.; GAMBARATO, R. (Eds.). The Routledge Companion to Transmedia Studies. Routledge Media and Cultural Studies Companions. New York and London: Routledge, 2018, p. 438-446.
ALZAMORA, G.; ANDRADE, L. A representação do Impeachment Day mediada por hashtags no Twitter e no Facebook: semiose em redes híbridas. Revista Interin. Curitiba, v. 21. n. 2, p. 100-121, jul./dez 2016. Disponível em: http://interin.utp.br/index.php/vol11/article/ view/478/pdf. Acesso em: 17 set. 2019.
ALZAMORA, G.; ANDRADE, L. A dinâmica transmídia de fake news conforme a concepção pragmática de verdade. Matrizes. São Paulo, v. 13, n. 1, 109-131, 2019. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v13i1p109-131. Acesso em: 28 ago. 2019.
ANDRADE, L. A função mediadora das hashtags no processo de impeachment de Dilma Rousseff: semiose e transmídia. 289f. Tese (Doutorado em Comunicação Social) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2019.
BERNARDO, André. “Qual foi a primeira hashtag? E a primeira nos Trending Topics?”. Revista Super Interessante, 4 de julho de 2019. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-foi-a-primeira-hashtag-e-a-primeira-nos-trending-topics/. Acesso em: 20 fev. 2019.
BORGES, A.; VIDIGAL, R. Do lulismo ao antipetismo? Polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras. Opinião Pública, v. 24, n. 1, p. 53-89, 2018. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153. Acesso em: 14 nov. 2018.
BROUGH, M. SHERESTHOVA, S. Fandom meets activism: rethinking civic and political participation. In: JENKINS, H.; SHERESTHOVA, S. Transformative Works and Fan Activism, special issue, Transformative Works and Cultures, n. 10. Disponível em: https://doi.org/10.3983/twc.2012.0303. Acesso em 25 jul. 2019.
CAPPELLINI, B.; KRAVETS, O.; REPPEL, A. Shouting on social media? A borderscapes perspective on a contentious hashtag. Technological Forecasting & Social Change, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.techfore.2018.07.016. Acesso em: 19 set. 2019.
COLAPIETRO, V. Peirce's Approach to the Self - A Semiotic Perspective on Human Subjectivity. New York: State University of New York Press, 1989.
COSTANZA-CHOCK, S. Se Ve, Se Siente: Transmedia Mobilization in the Los Angeles Immigrant Rights Movement. Charleston: BiblioBazaar, 2011.
COSTANZA-CHOCK, S. Out of the shadows, into the streets! Transmedia Organizing and the Immigrant Rights Movement, Cambridge: MIT Press, 2014.
HOUGAARD. T. Hashtags – a new textual construct. Rask, v. 44, Summer, 2016, p. 57-73.
HUSSON, A. #ThéorieDuGenre, #Gender: deux hashtags à rôle argumentatif. (Dis)cursives. Linguistique discursive, études de genre, féminisme, 2015. Disponível em: https://cursives.hypotheses.org/170. Acesso em: 11 dez. 2018.
JENKINS, H. 'Strangers No More, We Sing': filking and the social construction of the science fiction fan community. In: LEWIS, L. The Adoring Audience: Fan Culture and Popular Media. London, New York: Routledge, 1992, p. 208-236. DOI: 10.4324/9780203181539
JENKINS, H. Convergence Culture: Where Old and New Media Collide. New York, New York University Press, 2006.
JENKINS, H. Youth Voice, Media, and Political Engagement. Introducing the Core Concepts. In: JENKINS, H.; SHRESTHOVA, S.; GAMBER-THOMPSON, L.; KLIGLER-VILENCHIK, N.; ZIMMERMAN, A. By Any Media Necessary: The New Youth Activism. New York: New York University Press, 2016, p. 1-60.
KINDER, M. Playing with Power in Movies, Television, and Video Games. From Muppet Babies to Teenage Mutant Ninja Turtles. Berkeley: University of California Press, 1991.
LAUCUKA, A. Communicative functions of hashtags. Sciendo. Economics and Culture v. 15, n. 1, 2018, p. 56-62. DOI: 10.2478/jec-2018-0006.
PARISER, E. O filtro invisível: o que a internet está escondendo de você. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
PARMENTIER, R. Sign’s place in media res: Peirce’s concept of semiotic mediation. In: MERZ, E.; PARMENTIER, R (eds). Semiotic mediation. Orlando: Academic Press, pp. 23-48, 1985.
PEIRCE, C. S. The collected papers of Charles S. Peirce (866-1913). Edição eletrônica reproduzindo Vols. I-VI (C. Hartshorne, & P. Weiss, eds., Cambridge: Harvard University, 1931-1935), Vols. VII-VIII (A. W. Burks, ed., Cambridge: Harvard University, 1958). Charlottesville, Intelex Corporation. (citado como CP, seguido pelo número do volume e número do parágrafo).
RESENDE, G. et al. A System for Monitoring Public Political Groups in WhatsApp. In Proceedings of the Brazilian Symposium on Multimedia and the Web. (Webmedia). Salvador. Outubro, 2018. Disponível em: https://homepages.dcc.ufmg.br/~fabricio/download/webmedia2018-whatsapp.pdf. Acesso em 21 jan. 2019.
SALGADO, M. Polarização ideológica, filtros-bolha e algoritmos nas redes digitais. Sociotramas, agosto/2018. Disponível em: https://sociotramas.wordpress.com/2018/07/ 30/polarizacao-ideologica-filtros-bolha-e-algoritmos-nas-redes-digitais/. Acesso em: 01 set. 2019.
SANTAELLA, L. What is a symbol. SEED Journal. Semiotics, Evolution, Energy, and Development., vol. 5, n.1, 2005. Disponível em: http://see.library.utoronto.ca/SEED/Vol3-3/Santaella.htm,. Acesso em: 20 fev. 2019.
SAVAN, D. An introduction to C. S. Peirce’s full system of semiotic. Toronto: Victoria College of the university of Toronto, 1976.
SRIVASTAVA, L. The Opportunities of Narrative: Story-Based Impact, 2014. Disponível em: http://archiv.recampaign.de/wp-content/uploads/2015/02/214227049-Prasentation-Srivastava-ReCampaign-2014.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019.
SRIVASTAVA, L. Transmedia Activism: Telling Your Story Across Media Platforms to Create Effective Social Change, 2009. Disponível em: http://www.mediarights.org/news/ Transmedia_Activism_Telling_Your_Story_Across_Media_Platforms_to_Create_Eff. Acesso em: 30 jul. 2018.
SUNSTEIN, C. #Republic. Divided Democracy in the Age of Social Media. Princeton: Princeton University Press, 2017.
VIEIRA, V. O papel da comunicação digital na Primavera Árabe: apropriação e mobilização social. V Congresso da Compolítica. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013. Disponível em: http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2013/05/GT05-Comunicacao-e-sociedade-civil-VivianPatriciaPeronVieira.pdf. Acesso em 21 jul. 2019.
YANG, G. Narrative Agency in Hashtag Activism: The Case of #BlackLivesMatter. Media and Communication, 4 (4), 13-17, 2016. Disponível em: doi10.17645/mac.v4i4.692. Acesso em: 21 dez. 2018.
ZAPPAVIGNA, M. Searchable talk: The linguistic functions of hashtags. Social Semiotics, 25(3), 2015, p. 274-291. Disponível em: https://doi.org/10.1080/10350330.2014.996948. Acesso em: 21 dez. 2018.

Downloads

Publicado

03-11-2020

Como Citar

Alzamora, G. C., & Andrade Gomes Bicalho, L. (2020). Ativismo transmídia nas eleições 2018 no Brasil: a semiose de #CadêAProva. E-Compós, 23. https://doi.org/10.30962/ec.2017

Edição

Seção

Artigos Originais