Blade (1998) e novas tendências

uma análise do filme como pioneiro em algumas reconfigurações e desconstruções

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.3009

Palavras-chave:

Blade, Super-Herói, Vampiro, Cinema, Histórias em Quadrinhos

Resumo

O presente artigo busca promover uma análise de Blade (1998). A produção reconfigura o imaginário clássico da figura do vampiro de vilão para super-herói, ao mesmo tempo em que se torna ponto de partida para a tendência de transposições fílmicas de histórias em quadrinhos na atualidade. Essa dupla função servirá, sobretudo, para demonstrar a relevância do filme no cenário hollywoodiano contemporâneo. Nesse sentido, percebemos que a obra também dialoga com um importante debate sobre questões raciais e possibilita abordar esse viés e demonstrar uma desconstrução de um imaginário hegemônico de homem branco (como vampiro e como super-herói) para um protagonista na pele de um homem negro.

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Biografia do Autor

Yuri Garcia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Doutor em Comunicação Social pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de janeiro (PPGCOM-UERJ). Estagiário de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação da Universidade Anhembi Morumbi (PPGCOM-UAM) no projeto “Mapeamento de conteúdos audiovisuais fraudulentos em plataformas digitais e o papel da alfabetização midiática no enfretamento à desinformação”, com bolsa PDPG da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Professor credenciado ao PPGCOM-UERJ. Coordenador do grupo de pesquisa “POPMID: Reflexões sobre Gêneros e Tendências em Produções Midiáticas”.

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Publicado

15-07-2024

Como Citar

Garcia, Y. (2024). Blade (1998) e novas tendências: uma análise do filme como pioneiro em algumas reconfigurações e desconstruções. E-Compós, 27. https://doi.org/10.30962/ecomps.3009

Edição

Seção

Artigos Originais