A cidade falante pelos artefatos gráficos urbanos
o caso do bairro Lavapiés, em Madrid
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2837Palavras-chave:
Memória cultural, Semiótica da cultura, Artefatos gráficos urbanos, Bairro Lavapiés, CidadeResumo
Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa realizada no bairro Lavapiés, localizado na região central de Madrid, voltada a apreender o modo pelo qual ocorre a constituição da memória cultural da região por meio de um conjunto de artefatos gráficos urbanos e/ou mensagens urbanas. Tendo por base o conceito de memória cultural formulado pelo semioticista Iúri M. Lotman e como estratégia metodológica a deriva (DEBORD, 2003), foram selecionadas mensagens verbais em cujas frases há a indicação sobre “o que se protesta”, “contra quem se protesta” ou “a que se contrapõem”. Com isso, nota-se que a memória do bairro é ativada pela relação entre o “eu” e o “alheio”, em que se busca delinear aquilo que é ou deve ser Lavapiés.
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