Fontes de informação nas redes pró e contra o discurso de Bolsonaro sobre o Coronavírus
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2210Palavras-chave:
Fontes de informação. Mediação. Twitter. Coronavírus.Resumo
O artigo analisa as fontes de informação utilizadas em um corpus de 135 mil tweets feitos com as hashtags #Bolsonarotemrazao e #OBrasilprecisapararBolsonaro. A partir da análise e categorização dos hiperlinks presentes nestas mensagens investigamos as fontes de informação - entendidas como parte essencial dos processos de mediação - utilizadas na construção de diferentes discursos sobre o Coronavírus e identificamos as diferenças entre os tipos de fontes mobilizadas em ambos posicionamentos. Resultados apontam que enquanto as mensagens ligadas à hashtag pró-Bolsonaro são dominadas pela mídia alternativa, os tweets da hashtag contra ele apresentam fontes mais diversas, com maior presença das mídias tradicionais.
Downloads
Referências
ALDÉ, Alessandra, ESCOBAR, Juliana e CHAGAS, Viktor. A febre dos blogs de política. In: Encontro Anual da COMPÓS, 15, 2006, Bauru.
ALVES, M. Desarranjo da visibilidade, desordem informacional e polarização no Brasil entre 2013 e 2018. Tese de doutorado. Universidade Federal Fluminense. 2019.
AMARAL, Adriana; RECUERO, Raquel; MONTARDO, Sandra (org.). Blogs.com. Um estudo sobre blogs e comunicação. São Paulo: Momento Editorial, 2009.
ATTON, C.; COULDRY, N. Introduction. Media, Culture & Society, v. 25, p. 579–586, 2003.
BASTOS, M. T.; MERCEA, D. Serial activists: Political Twitter beyond influentials and the twittertariat. New Media & Society, 1461444815584764-, 2015.
BENKLER, Y.; FARIS, R.; ROBERTS, H. Network Propaganda. Manipulation, disinformation, and radicalization in American politics. [s.l: s.n.].
BOYD, D. M.; ELLISON, N. B. Social network sites: definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, v. 13, n. 1, Oct. 2007.
BRUNS, A.; MOE, H. Structural layers of Communication on Twitter. In: K. Weller, A. Bruns, J. Burgess, M. Mahrt and C. Puschmann. Twitter and Society. New York: Peter Lang, 2014.
CANAVILHAS, J.; RODRIGUES, C. Jornalismo móvel. Linguagens, géneros e modelos de negócio. Covilhã: LabCom.IFP, 2017.
CASTELLS, Manuel. 2009. Communication power. Oxford: Oxford University Press.
CHADWICK, A. The Hybrid Media System: Politics and Power. Oxford University Press, 2013.
ELDRIDGE II, S. A.; GARCÍA-CARRETERO, L.; BROERSMA, M. Disintermediation in Social Networks: Conceptualizing Political Actors’ Construction of Publics on Twitter. Media and Communication, v. 7, n. 1, p. 271, 2019.
FERRON, B. Des médias de mouvements aux mouvements de médias. Mouvements, v. 61, n. 1, p. 107, 2010.
GARCIA, R. G.; TRERE, E. The #YoSoy132 movement and the struggle for media democratization in Mexico. Convergence, p. 1354856514541744-, 2014.
GERBAUDO, P. Political parties in the digital era. In: DUTTON, W. H. (Ed.). . A Research Agenda for Digital Politics. Glos: Edward Elgar Publishing Limited, 2020. p. 37–47.
GERBAUDO, P. Tweets and the Streets. London: Pluto Press, 2012.
GOMES, W.; DOURADO, T. Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia. Estudos de Jornalismo e Mídia, 2019.
GOMES, W. Fake news, crise epistêmica e epistemologia tribal. Revista Cult, 8 de abr. de 2019.
GOMES, W. “Nós somos a rede social!’: o protesto político entre as ruas e as redes”. In: Mendonça, Ricardo F.; Pereira, Marcos A.; Filgueiras, Fernando (eds.). Democracia digital: publicidade, instituições e confronto político. Belo Horizonte: Editora da UFMG, p.71-394, 2016.
HEPP, A. Deep mediatization. Nova Iorque: Routledge, 2020.
JOATHAN, Í.; ALVES, M. O Twitter como ferramenta de campanha negativa não oficial: uma análise da campanha eleitoral para a Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Galáxia. Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica. ISSN 1982-2553, n. 43, p. 81–98, 2020.
LEMOS, A. Epistemologia da comunicação, neomaterialismo e cultura digital. Galáxia (São Paulo), v. 404, n. 43, p. 54–66, 2020.
LEMOS, A. As estruturas antropológicas do ciberespaço. In: Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2008.
LIVINGSTONE, S. On the Mediation of Everything: ICA Presidential Address 2008. Journal of Communication, v. 59, n. 1, p. 1–18, 2009.
LYCARIÃO, D. Mudanças climáticas sob o prisma da esfera pública: a mediação jornalística como fator de legitimação democrática no caso da COP-15. p. 104, 2014.
MARTÍN-BARBERO, J. De los medios a las mediaciones. Comunicación, cultura y hegemonía. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1987
MERAZ, S.; PAPACHARISSI, Z. Networked gatekeeping and networked framing on #egypt. The International Journal of Press/Politics, v. 18, n. 2, p. 138–166, 2013.
MITOZO, I. B.; COSTA, G. D. A.; RODRIGUES, C. HOW DO TRADITIONAL MEDIA INCORPORATE STATEMENTS FROM POLITICAL ACTORS IN SOCIAL MEDIA ? Brazilian Journalism Research, v. 16, n. 1, p. 152–177, 2020.
MORAES, F. M.; ADGHIRNI, Z. Jornalismo e Democracia: o papel do mediador. E-Compós, v. 14, n. 2, 2012.
NEWMAN, N. et al. Reuters Institute Digital News Report 2019. Reuters Institute, 2019.
NIELSEN, R. K. et al. Navigating the ‘ Infodemic ’: How People in Six Countries Access and Rate News and Information about Coronavirus. Reuters Institute, 2020.
PENTEADO, Claudio L C; SANTOS, Marcelo B P dos; ARAUJO, Rafael de P A. Novas práticas políticas na internet: estudo do Blog Fatos e Dados. In: COMPOLÍTICA, 3., 2009, São Paulo.
PERUZZO, C. M. K. Mídia regional e local: aspectos conceituais e tendências. Comunicação & Sociedade, v. 26, n. 43, p. 67–84, 2005.
RODRÍGUEZ, C.; FERRON, B.; SHAMAS, K. Four challenges in the field of alternative, radical and citizens’ media research. Media, Culture & Society, v. 36, n. 2, p. 150–166, 2014.
SANTOS, J. G. DOS et al. WhatsApp , política mobile e desinformação : a hidra nas eleições presidenciais de 2018. Comunicação e Sociedade, v. 41, n. 2, p. 307–334, 2019.
SANTOS, N. The reconfiguration of the communication environment: Twitter in the 2013 Brazilian protests. Tese de doutorado. Université Panthéon-Assas, 2019.
SANTOS, N. F.; ALMADA, M. P. Midiativismo em rede: Twitter e as críticas aos meios de comunicação tradicionais em um sistema híbrido de comunicação. Esferas, n. 14, p. 18–36, 2019.
SANTOS, N. Esfera de visibilidade e comunicação desintermediada: uma análise do blog Fatos e Dados. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Fedeal da Bahia, 2010.
RECUERO, R.; SOARES, F. B. O Discurso Desinformativo sobre a Cura do COVID-19 no Twitter : Estudo de caso. E-Compós, 2020.
SCHMIDT, J. H. Twitter and the rise of personal publics. In: Twitter and society, p.3–14, 2014.
SEGERBERG, A.; BENNETT, W. L. Social Media and the Organization of Collective Action: Using Twitter to Explore the Ecologies of Two Climate Change Protests. The Communication Review, v. 14, n. 3, p. 197–215, 2011.
SHOEMAKER, P., EICHHOLZ, M., KIM, E., & WRIGLEY, B. Individual and routine forces in gatekeeping. Journalism and Mass Communication Quarterly, 78(2), 233–246, 2001.
SILVA, S. P. DA; MUNDIM, P. S. Mediações no YouTube e o caso ‘Ocupação do Complexo do Alemão’: características e dinâmica de uso. Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 38, n. 1, p. 231–253, 2015.
STIER, S.; SCHÜNEMANN, W. J.; STEIGER, S. Of activists and gatekeepers: Temporal and structural properties of policy networks on Twitter. New Media and Society, v. 20, n. 5, p. 1910–1930, 2018.
SUZINA, A. Is mediactivism a kind of poor journalism?. In: 12th OURMedia Conference, Bruxelas, 2019.
THOMPSON, J. B. (2005). The New Visibility. Theory, Culture & Society, 22(6), 31–51. https://doi.org/10.1177/0263276405059413
WAISBORD, S. Bridging the Divide between the Press and Civic Society. Nordicom Review, n. Jubilee Issue, p. 105–116, 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Nina Santos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.