A coletividade negra contra o trauma colonial

meritocracia, colonialidade do saber e filosofia quilombola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.2962

Palavras-chave:

Trauma colonial, Colonialidade do saber, Meritocracia, Quilombo, Coletividade negra

Resumo

O artigo apresenta uma reflexão teórica sobre a relevância das corporeidades negras nos ambientes educacionais para mover as barreiras impostas pela colonialidade do saber. A perpetuação dessa dinâmica sobre esses corpos impacta diretamente no acesso e na sua permanência nas universidades. Diante disso, eles adotam estratégias baseadas no saber quilombola para contornar o sistema meritocrático e curar o trauma colonial. Assim, o trabalho põe em discussão que mesmo com ações afirmativas e o aumento da presença dos corpos racializados ainda se faz necessário superar alguns padrões eurocêntricos que estão interligados ao racismo e dificultam a participação completa desses corpos no espaço acadêmico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Renata Nascimento da Silva , Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil

Pesquisadora de pós-doutorado no Departamento de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa (DER-UFV). Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGCOM-UERJ), com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Mestre em Mídia e Cotidiano pelo Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense (PPGMC-UFF).

Referências

ARAÚJO, D. “Inclusão com mérito” e as facetas do racismo institucional nas universidades estaduais de São Paulo. Revista Direito e Práxis, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 2182- 2213, 2019.

BENTO, C. Pactos narcísicos: branquitude e poder nas organizações empresarias e no poder público 169 f. 2002. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

CARDOSO, L. A branquitude acadêmica, a invisibilização da produção científica negra, a autoproteção branca, o pesquisador branco e o objetivo-fim. Revista Educação, Santa Maria, v. 47, n. 1, p. 1-24, 2022.

CARNEIRO, S. A construção do outro como não ser como fundamento do ser. 339 f. 2005. Tese (Doutorado em Filosofia) – Instituto de Filosofia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2005.

CARVALHO, J. Os cursos pré-vestibulares comunitários e seus condicionantes pedagógicos. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 36, n. 128, p. 299-326, 2006.

ESCÓSSIA, L.; KASTRUP, V. O conceito de coletivo como superação da dicotomia indivíduo-sociedade. Psicologia em Estudo, São Paulo, v. 10, n. 2, p. 295-304, 2005.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

______. Os condenados da Terra. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.

GOMES, N. L. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. São Paulo: Editora Vozes, 2017.

GONZALEZ, L.; HASENBALG, C. Lugar de negro. São Paulo: Zahar, 2022.

GUEDES, C. Nada (é) razoável. 208 f. 2019. Tese (Doutorado em Comunicação) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Comunicação, Rio de Janeiro, 2019.

GUIMARÃES, A.; RIOS, F.; SOTERO, E. Coletivos negros e novas identidades raciais. Dossiê Raça, Desigualdade e Políticas de Inclusão, São Paulo, v. 39, n. 2, p. 309-327, 2020.

hooks, b. Ensinando a transgredir: a educação como prática de liberdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013.

______. Ensinando pensamento crítico: sabedoria prática. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

KILOMBA, G. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais – perspectivas latino-americanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: CLACSO 2005. p. 201-245. (Coleccion Sur Sur.)

LEAL, A. Me curo y me armo, estudando: a dimensão terapêutica y bélica do saber prete e trans. Revista PUC-SP, São Paulo, v. 1, n. 21, p. 64-70, 2020.

LIMA, F. Trauma, colonialidade e a sociogenia em Frantz Fanon: os estudos da subjetividade na encruzilhada. Arquivo Brasileiro de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 72, p. 80-93, 2020.

LORDE, A. Irmã Outsider: ensaios e conferências. Tradução de Stephanie Borges. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

MATTIUZZI, M. Merci beaucoup, blanco: escrito, experimento, fotografia, performance. Publicação comissionada pela Fundação Bienal de São Paulo em ocasião da 32ª Bienal de São Paulo – Incerteza Viva. São Paulo: BSP, 2016.

MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira Ciências Sociais, v. 32, n. 94, p. 18, e329402, 2017.

MIGNOLO, W. Desobediência epistêmica: retórica da modernidade, lógica da colonialidade e gramática da decolonialidade. Buenos Aires: Edições del Signo, 2010.

MOMBAÇA, J. Não vão nos matar agora. São Paulo: Cobogó, 2021.

NASCIMENTO, B. Quilombola e intelectual: possibilidades nos dias da destruição. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018.

NOGUERA, R. Ubuntu como modo de existir: elementos gerais para uma ética afroperspectivista. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), São Paulo, v. 3, n. 6, p. 147-150, 2012.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, E. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 117-142 . (Perspectivas latino-americanas).

RATTS, A. Corpos negros educados: notas acerca do movimento negro de base acadêmica. In: Revista Ngunzo, Londrina, ano 1, n. 1, p. 28-39, mar.-jul. 2011.

______; RIOS, F. Lélia Gonzalez. São Paulo: Selo Negro, 2010.

SANTOS, B. Colonização, quilombos, modos e significações. Brasília: INCTI/UnB, 2015.

______. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

SCHUCMAN, L. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. 122 f. 2012. Tese (Doutorado em Psicologia) – Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

SILVA, A. Uma escrita contra-colonialista do Quilombo Mumbuca Jalapão-TO. 177 f. 2019. Dissertação (Mestrado) – Departamento Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais, Universidade de Brasília, Brasília, 2019.

SILVA, R. Por uma ética coletiva negra: cursos preparatórios para pós-graduação e à crítica a lógica meritocrática. Cadernos IS-UP, v. 2, n. 2, p. 53-60, 2022.

______. Por uma ética coletiva negra: os cursos preparatórios para pós-graduação e o tensionamento do dispositivo meritocrático na universidade. 264 f. 2023. Tese (Doutorado em Comunicação) – Faculdade de Comunicação Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Maracanã, 2023.

______; BARBOSA, Z. Comunidade de aprendizado na pós-graduação: cursos preparatórios em uma dialogia que nasce da solidariedade. Comunicação & Educação, Universidade de São Paulo, v. 26, n. 2, p. 149-164, 2022.

SODRÉ, M. A ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis: Vozes, 2014.

______. Pensar nagô. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

SOVIK, L. Aqui ninguém é branco. São Paulo: Aeroplano, 2009.

VENTURINI, A. Ações afirmativas na pós-graduação: uma análise dos programas de inclusão em universidades públicas brasileiras. Revista Sinais Sociais, v. 12, p. 119-153, 2018.

Downloads

Publicado

18-10-2024

Como Citar

Nascimento da Silva , R. (2024). A coletividade negra contra o trauma colonial: meritocracia, colonialidade do saber e filosofia quilombola. E-Compós, 27. https://doi.org/10.30962/ecomps.2962

Edição

Seção

Artigos Originais