“Levanta a saia, lá vem a maré”
o corpo como epistemologia no feminismo angoleiro
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2744Palavras-chave:
Feminismo angoleiro, Capoeira, Corpo, Comunicação, EpistemologiaResumo
O objetivo deste artigo é discutir o feminismo angoleiro em um contexto contemporâneo de comunicação de violência e crise. O movimento debate práticas e discursos, gerando formas de conhecimento e epistemologias do corpo. A questão que nos instiga diz respeito a como os feminismos atravessam diferentes territórios. Em termos metodológicos, fazemos um levantamento sobre a noção de ginga, remetendo à líder africana Nzinga e a seu papel na incorporação do conceito no Brasil. Araújo, Barreto, Navarro, Lima, Bracks, Gilroy e Vidor são alguns nomes que ajudam a compor o referencial para discutir a ginga como pensamento e comunicação do corpo capaz de provocar reflexões sobre o papel do feminismo angoleiro.
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