Sensibilidades pop periféricas
Abordagens teóricas para estudos sobre música pop a partir da América Latina
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2722Palavras-chave:
cultura pop, música pop, entrelugar, colonialidade, bastardizaçãoResumo
A partir do enquadramento de narrativas episódicas, críticas culturais a álbuns fonográficos e videoclipes de três artistas que, mesmo cantando em espanhol e português, são consagrados na cultura pop anglófona, argumenta-se pela clivagem teórica em torno das noções de entrelugar, colonialidade e bastardização como aparatos conceituais capazes de complexificar leituras de fenômenos da música pop atravessados pela ideia de latinidade. Aposta-se na compreensão de que sensibilidades pop periféricas deslocam interpretações para as negociações estéticas e políticas que colocam em suspeita tradições assentadas pelo marxismo na análise de produções oriundas das indústrias do entretenimento.
Downloads
Referências
ANITTA. Girl From Rio (Official Video). YouTube, 30 abr. 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CuyTC8FLICY>. Acesso em: 20 out. 2023.
ANITTA. Boys Don’t Cry [Official Music Video]. YouTube, 27 jan. 2022. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=PkzJgGZBFDg>. Acesso em: 20 out. 2023.
BAD BUNNY. Tití Me Preguntó (Video Oficial) | Un Verano Sin Ti. YouTube, 1 jun. 2022a. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Cr8K88UcO0s>. Acesso em: 20 out. 2023.
BAD BUNNY. El Apagón – Aquí Vive Gente (Video Oficial) | Un Verano Sin Ti. YouTube, 16 set. 2022b. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=1TCX_Aqzoo4>. Acesso em: 20 out. 2023.
BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998.
CANCLINI, N. G. Consumidores e cidadãos. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.
______. Latino-Americanos à procura de um lugar neste século. São Paulo: Iluminuras, 2008.
______. Diferentes, desiguais e desconectados. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009.
CAPUANO, A. O recorde musical de Bad Bunny que o coloca entre os maiores da história: cantor porto-riqueno tem dominado as paradas musicais desde 2020, e a ascensão parece não estar nem próxima do fim. Veja, on-line, 20 set. 2022. Disponível em: <https://veja.abril.com.br/coluna/o-som-e-a-furia/o-recorde-musical-de-bad-bunny-que-o-coloca-entre-os-maiores-da-historia/>. Acesso em: 20 out. 2023.
CASTRO, R. Carmen, uma biografia. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2005.
FRANÇOZA, D. “Motomami”: Rosalía estreia álbum com recorde de streams e 11 faixas no Top 200 Global. POPline, 19 mar. 2022. Disponível em: <https://portalpopline.com.br/motomami-rosalia-estreia-album-com-recorde-de-streams-e-11-faixas-no-top-200-global/>. Acesso em: 20 out. 2023.
GARCIA, T. C. O “It verde e amarelo” de Carmen Miranda (1930-1946). 2001. Tese (Doutorado em História Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
GUMBRECHT, H. U. Produção de presença: o que o sentido não consegue transmitir. Rio de Janeiro: Contraponto; Editora PUC Rio, 2010.
HERMÓGENES, J. Com Motomami, Rosalía se põe como uma das mais criativas artistas da atualidade. 2022. Disponível em: <https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2022/03/31/rosalia-motomami-resenha/>. Acesso em: 30 dez. 2022.
LOPES, D. Do entre-lugar ao transcultural. In: LOPES, D. No coração do mundo: paisagens transculturais do cinema contemporâneo. Rio de Janeiro: Rocco, 2012. p. 12-38.
LOPES, L. Anitta entra para o Guiness por top e global do Spotify com “Envolver”. CNN, 12 jul. 2022. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/anitta-entra-para-o-guinness-por-top-1-global-do-spotify-com-envolver/>. Acesso em: 20 out. 2023.
LUGONES, M. Colonialidad y género. Tabula Rasa, Bogotá, Colômbia, n. 9, p. 73-101, jul.-dez. 2008.
______. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 3, p. 935-952, set.-dez. 2014.
MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2003.
MISKOLCI, R. Batalhas morais: política identitária na esfera pública técnico-midiatizada. São Paulo: Autêntica, 2021.
MOTA, J. Album review: Un Verano sin Ti. 2022. Disponível em: <https://pitchfork.com/reviews/albums/bad-bunny-un-verano-sin-ti/>. Acesso em: 27 jan. 2023.
PEREIRA DE SÁ, S. Baiana internacional: as mediações culturais de Carmen Miranda. Rio de Janeiro: MIS/Faperj, 2002.
______. Música pop-periférica brasileira: videoclipes, performances e tretas na cultura digital. Curitiba: Appris, 2021.
PRADO, J. L. A.; ALLEGRETTI, B.; GIOVANNINI, R. Controvérsia Schwarcz/Beyoncé: sociabilidades antagonistas e direito ao debate. Revista Eco-Pós, v. 24, n. 2, p. 226-251, 2021. Disponível em: <https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/27659>. Acesso em: 27 jan. 2023.
QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B. S.; MENESES, P. M. Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almedina, 2010. p. 73-118.
REGEV, M. Pop-Rock Music: Aesthetic Cosmopolitanism in Late Modernity. Cambridge: Polity Press, 2013.
RIBEIRO, A. C. Anitta: Versions of Me. 2022. Disponível em: <https://www.thelineofbestfit.com/reviews/albums/anitta-versions-of-me>. Acesso em: 8 jan. 2023.
RINCÓN, O. O popular na comunicação: culturas bastardas + cidadanias celebrities. Revista Eco-Pós, v. 19, n. 3, p. 27-49, 2016. Disponível em: <https://revistaecopos.eco.ufrj.br/eco_pos/article/view/5420>. Acesso em: 2 jan. 2023.
ROSALÍA. Saoko (Official Video). YouTube, 4 fev. 2022a. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6o7bCAZSxsg>. Acesso em: 20 out. 2023.
ROSALÍA. Chicken Teryiaki (Official Video). YouTube, 24 fev. 2022b. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=OG4gq9fCoRE>. Acesso em: 20 out. 2023.
SAFATLE, V. P. O fim da música. Folha de S.Paulo, Ilustrada, São Paulo, 2015, p. 9, out. 2015. Disponível em: <https://feeds.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/235828-o-fim-da-musica.shtml>. Acesso em: 5 set. 2023.
SANTOS, B. S. O fim do império cognitivo: as afirmações das Epistemologias do Sul. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.
SANTIAGO, S. The Space in Between. Durham: Duke University Press, 2001.
______. O cosmopolitismo do pobre. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
______. As raízes e o labirinto da América Latina. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.
______. Uma literatura nos trópicos. ed. ampl. Recife: Companhia Editora de Pernambuco (CEPE), 2019.
SCHECHNER, R. O que é performance?. In: Performance studies: an introduccion. 2. ed. New York & London: Routledge, p. 28-51, 2006. Disponível em: <https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/378/o/O_QUE_EH_PERF_SCHECHNER.pdf>. Acesso em: 27 jan. 2023.
SCHWARCZ, L. M. Filme de Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha. Folha de S.Paulo, Opinião, São Paulo, 2 ago. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/08/filme-de-beyonce-erra-ao-glamorizar-negritude-com-estampa-de-oncinha.shtml#:~:text=%22Black%20Is%20King%22%20retrata%20a,de%20filosofias,%20cosmologias,%20t%C3%A9cnicas>. Acesso em: 5 set. 2023.
SHEPHERD, J. E. Album Review: Motomami. 2022. Disponível em: <https://pitchfork.com/reviews/albums/rosalia-motomami/>. Acesso em: 13 jan. 2023.
SOARES, T. Abordagens teóricas para estudos sobre cultura pop. Logos, v. 2, n. 24, 2014. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/logos/article/viewFile/14155/10727>. Acesso em: 22 jan. 2023.
______. Políticas de solidariedade em acampamentos de fãs em shows de música pop. Galáxia, São Paulo, n. 44, p. 188-200, maio-ago. 2020. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/43609/32376>. Acesso em: 19 jan. 2023.
______. Abordagens teóricas para estudo da teatralidade em performances midiáticas: dramas, roteiros, ações. Revista Alceu, v. 21, n. 43, p. 210-227, 2021. Disponível em:
<http://revistaalceu.com.puc-rio.br/index.php/alceu/article/view/225>. Acesso em: 21 jan. 2023.
SONTAG, S. Contra a interpretação. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
TAYLOR, D. O arquivo e o repertório: performance e memória cultural nas Américas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2013.
YÚDICE, G. A conveniência da cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Thiago Soares
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.