Marcas, consumo e decolonialidade
Representações estético-políticas da Laboratório Fantasma
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2699Palavras-chave:
Marcas, Moda, Decolonialidade, Estudos Culturais, Hip-hopResumo
Através das articulações teórico-metodológicas dos Estudos Culturais e das epistemologias decoloniais, neste artigo pretendemos perceber de que modo as marcas nativas da cultura hip-hop podem empreender seus esforços pela decolonialidade, pelo resgate da ancestralidade, história e identidade dos povos subalternizados que julgam representar. Uma breve exploração de alguns objetos por onde se materializam as formas de representação do Laboratório Fantasma demonstra em que medida a marca empenhou-se pelo reconhecimento de um sentido estético e político em sua trajetória e seu papel na cultura hip-hop brasileira.
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