Olhar corpos e produzir imagens
a prática opositora de duas mulheres negras em 2020
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2424Palavras-chave:
Olhar opositor, Imagem, Racismo, Corpo, MemóriaResumo
Neste artigo, analisamos dinâmicas de naturalização e desnaturalização de discursos codificados em imagens no contexto do ano de 2020, em que discussões e manifestações sobre questões raciais foram deflagradas. Partimos de produções de duas mulheres negras estadunidenses: Darnella Frazier, que registrou em vídeo a execução de George Floyd; e Caroline Randall Williams, que usou seu espaço no The New York Times para debater sobre racismo, corpo e monumentos. Com essa empiria, buscamos compreender como as operações do olhar opositor mostram-se produtivas e capazes de afetação, provocando reflexão e mobilização sobre o tema na mídia e nas ruas, em escala global.
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