Uma fusão no estilo mwangolé
Uma perspectiva decolonial do rock angolano
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2104Palavras-chave:
Rock. Angola. Decolonialidade. Gênero musical.Resumo
O artigo descreve a criação de uma cultura do rock em Angola, tendo como principal norte que o acesso de pouca extensão à produção, circulação e consumo da cultura do rock é um dos princípios fundamentais da criatividade na produção musical dos rockers angolanos. A etnografia com o movimento musical foi realizada com dados empíricos de três trabalhos de campo em Angola em 2014, 2016 e 2017. Elenco como a criatividade dos rockers evidencia um processo artístico insurgente e de reexistência não apenas em relação aos códigos culturais do rock, mas também às histórias locais e ao ideal de angolanidade.
Downloads
Referências
ALVES, Amanda Palomo. “Angolano segue em frente”: um panorama do cenário musical urbano de Angola entre as décadas de 1940 e 1970. 2015. 216 f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2015.
ARAÚJO, Samuel. From Neutrality to Praxis: The Shifting Politics of Ethnomusicology in the Contemporary World. Musicological Annual, Ljubljana, v. 44, n. 1, p. 13-30, abr. 2008.
BERNARDINO-COSTA, Joaze. ; GROSFOGUEL, Ramón. Decolonialidade e a perspectiva negra. Revista Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 15-24, jan./abr. 2016.
BHABHA, Homi. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
BHAMBRA, Gurminder K. Sociology and Postcolonialism: Another Missing Revolution? Sociology, v. 4, n. 15, p. 871-884, 2007.
BHAMBRA, Gurminder K. Postcolonial and Decolonial dialogues. Postcolonial Studies, v.17, n. 2, p. 115-121, 2014.
BHAMBRA, Gurminder K. Comparative Historical Sociology and the State: Problems of Method. Cultural Sociology, v. 10, n. 3, p. 335-351, 2016.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2011.
CAMPBELL, Collin. O consumidor artesão: cultura, artesania e consumo em uma sociedade pós-moderna. Antropolítica, n. 17, p. 45-67, 2004.
CONNEL, John; GIBSON, Chris. Sound Tracks: Music, Identity and Place. Londres: Routledge, 2003.
CORREIA, Joaquim. Beto dos windies: beto kalulu; da cena musical em Luanda à consagração no Algarve. 2. ed. Lisboa: Ideias com História, 2017.
DIAGNE, Souleymane Bachir. Africanity as an Open Question. In: MELBER, Henning (org). Identity and Beyond: Rethinking Africanity. Uppsala: Nordiska Afrikainstitutet, pp. 19-24, 2001.
EKEH, Peter. Social Anthropology and Two Contrasting Uses of Tribalism in Africa. Comparative Studies in Society and History, v.32, n. 4, p. 660-700, 1990.
EMIELU, Austin. Some theoretical perspectives on African popular music. Popular Music, n. 30, pp 371-388, 2011.
FERNANDES, Fernando. O autodidata em música. 2008. 34 f. Monografia (Licenciatura em Música) - Centro de Letras e Artes, Instituto Villa-Lobos, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
FORTUNATO, Jaime Joaquim Pedro. Análise da Dependência Externa e da Inflação na Economia Angolana na Década de 1990. 70 f. Monografia (Graduação). Departamento de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina. 2001.
FORTUNATO, Jomo. Processo de consolidação da estrutura rítmica do semba. Jornal de Angola. 1 abr. 2019. Disponível em: <http://jornaldeangola.sapo.ao/cultura/processo-de-consolidacao-da-estrutura-ritmica-do-semba>. Acesso em: 16 mar. 2020.
GARCIA GUTIÉRREZ, Antonio. Desclasificados: pluralismo lógico y violencia de la clasificación. Barcelona: Anthropos Editorial, 2007.
GHANDI, Leela. Postcolonial Theory: An Introduction. Crows Nest: National Libery of Australia, 1998.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Organização Liv Sovik. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
HOLT, Fabian. Genre in Popular Music. Chicago and Londres: The University of Chicago Press, 2007.
KUSCHICK, Mateus Berger. Kotas, mamás, mais velhos, pais grandes do semba: música angolana nas onda sonoras do Atlântico Negro. 2016. 253 f. Tese (Doutorado) - Departamento de Musicologia, Universidade de Campinas, Campinas, 2016.
MENEZES, Solival Silva e. Dinâmica da transição de uma economia dependente colonial para economia centralmente planejada e sua inflexão recente para economia de mercado. Tese (Doutorado) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
MIGNOLO, Walter. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais RBCS, v. 32, n. 94, p. 1-18, 2017.
MOORMAN, Marissa. Intonations: A Social History of Music and Nation in Luanda, Angola, from 1945 to Recent Times. Ohio: Ohio University Press, 2008.
MORAN, Ian. Punk: The Do-It Yourself Subculture. Social Sciences Journal, v. 10, n. 1, p. 58-65, 2010.
MOORE, Carlos. A África que incomoda: sobre a problematização do legado africano no quotidiano brasileiro. 2. ed. Belo Horizonte: Nandyala, 2010.
PHILIPOV, Michelle. Death Metal and Music Criticism: Analysis of the Limits. Maryland: Lexington Books, 2012.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, cultura y conocimiento em América Latina. Dispositio, 24 (51), 1999, p. 137-148.
SANTOS SILVA, Melina.Aparecida dos. Recrutando rockers: festivais de música como mediadores da disseminação da cultura do rock na sociedade angolana. Galáxia: Revista do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUCSP, n.43, p.127-140, 2020.
SHOHAT, Ella. Notes on the Post-Colonial. Social Text, 31 (32), Third World and Post-Colonial Issues, 1992, p. 99-113.
SMALL, Christopher. Musicking. The Meaning of Music. Middletown: Wesleyan University, 1998.
STETINA, Troy. Metal Rhythm Guitar. Milwaukee: Hal Leonard, 1996. (v. 1).
WALSH, Catherine. Insurgency and Decolonial Prospect, Praxis and Project. In: MIGNOLO, Walter; WALSH, Catherine (eds). On Decoloniality: Concepts, Analytics, Praxis. Durham & London: Duke University Press, 2018.
WALLACH, Jeremy; BERGER, Harris M.; GREENE, Paul D. Affective Overdrive, Scene Dynamics and Identity in the Global Metal Scene. In: WALLACH, Jeremy; BERGER, Harris M.; GREENE, Paul D. (Ed.). Metal Rules the Globe: Heavy Metal Music Around the World. Durham & Londres: Duke University Press, 2011.
WA THIONG’O, Ngugi. Decolonising the Mind. The politics of Language in African Literature. Harare: Zimbabwe Publishing House, 1994, 2 ed.
WILLIAMS, D.; DA ROCHA, M.A. Decoding Cultural Signifiers of Brazilian Identity and the African diaspora from the Music of Sepultura. Metal Music Studies, v. 3, n. 1, p. 145-152, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.