Godard pelo celular e Le livre d’image

Anacronismos midiáticos contemporâneos

Autores

  • Bruno Guimarães Martins Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
  • Rachel Bertol Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil
  • Jorge Cardoso Filho Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.30962/ec.1997

Palavras-chave:

Reconfigurações midiáticas. Redes discursivas. Smartphone. Jean-Luc Godard. Anacronismo.

Resumo

O texto tem como ponto de partida a entrevista coletiva concedida por Jean-Luc Godard, por meio de um celular, a jornalistas no Festival de Cannes de 2018, sobre seu filme Le livre d’image (2018), realizado com imagens de arquivo (sem atores). Ao se apresentar na pequena tela de um smartphone, o cineasta propõe uma reflexão sobre o que o cinema expõe e compõe em relação a outras mídias. Nossa hipótese neste ensaio analítico é que a função tátil (da digital e do digital) ocupa lugar central nessa conjunção, permitindo a brincadeira com as linguagens, explorando seus limites, com a decomposição de texto, imagem e som. Nesse exercício, Godard sobrepõe temporalidades e posiciona-se de forma crítica diante de desafios políticos contemporâneos.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruno Guimarães Martins, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Doutor em Literatura pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura, Cultura e Contemporaneidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais. É coordenador do Grupo de Pesquisa em Produção Editorial da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom (2018-2019).

 

Rachel Bertol, Universidade Federal Fluminense, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com sanduíche na Universidade de Princeton, Nova Jersey, Estados Unidos. Professora no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense e no Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano (PPGMC) da mesma instituição.

 

Jorge Cardoso Filho, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil

Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Minas Gerais. Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia e do Mestrado em Comunicação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Diretor do Centro de Artes, Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – PQ nível 2.

 

Referências

CHARTIER, Roger. A aventura do livro do leitor ao navegador. São Paulo: Unesp, 1998.

CHESSEL, Luc. Godard, jamais sage comme les images. Libérarion, Paris, 12 maio 2018.

DUARTE, Pedro; OSÓRIO, Luiz Camillo. Godard ensaísta, Godard curador. O que nos faz pensar, Rio de Janeiro, v. 26, n. 40, p. 93-105, jun. 2017.

FLUSSER, Vilém. A escrita. Há futuro para a escrita? São Paulo: Annablume, 2010.

GESSEN, Masha. How George Orwell predicted the challenge of writing today. The New Yorker, Nova York, 10 jun. 2018.

GODARD, Jean-Luc. La conférence de presse. Cannes, 12 maio 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=T7zHGiIVjXQ>. Acesso em: 13 out. 2019.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. A modernização dos sentidos. São Paulo: Ed. 34, 1998.

KITTLER, Friedrich. Gramophone, Film, Typewriter. Stanford, California: Stan-ford University Press, 1999.

KITTLER, Friedrich. Mídias ópticas: curso em Berlim, 1999. Rio de Janeiro: Contraponto, 2016.

KITTLER, Friedrich. Discourse networks 1800/1900. Stanford, California: Stanford University Press, 1990.

MACHERET, Mathieu. Cannes 2018: ‘Le livre d’image’, un Jean-Luc Godard ivre d’images. Le Monde, Paris, 12 maio 2018.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento. São Paulo: Editora 34, 1996.

RANCIÈRE, Jacques. O conceito de anacronismo e a verdade do historiador. In: SALOMON, Marlon (Org). História, verdade e tempo. Chapecó: Argos, 2011.

RANCIÈRE, Jacques. Figuras da história. São Paulo: UNESP, 2018.

ROUGEMONT, Denis de. Penser avec les mains. Éditions Albin Michel, 1936.

WELLBERRY, D. Post-hermeneutic criticism. In: KITTLER, F. A. Discourse Networks 1800/1900. Stanford: Stanford University Press, 1990. p. vii-xxxiii.

WIAZEMSKY, Anne. Um ano depois. São Paulo: Todavia, 2018.

Downloads

Publicado

24-03-2020

Como Citar

Martins, B. G., Bertol Domingues, R., & Cardoso Filho, J. L. C. (2020). Godard pelo celular e Le livre d’image : Anacronismos midiáticos contemporâneos . E-Compós, 23. https://doi.org/10.30962/ec.1997

Edição

Seção

Artigos Originais