O papel da respiração no cinema de horror contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.1860Palavras-chave:
Respiração, Horror, Voz, Sound design, CinestesiaResumo
Nas últimas três décadas, a respiração tem ganhado mais destaque no som de filmes, especialmente de horror. Impulsionados por avanços tecnológicos, cineastas, atores e sound designers têm dado mais ênfase ao conteúdo não semântico da voz. Partindo de extensa revisão histórica e conceitual, este artigo analisa os motivos do fenômeno, procurando refletir sobre a construção do som em filmes contemporâneos de horror, e sugerindo que a tendência estilística da respiração proeminente na banda sonora ativa um potencial sinestésico de engajamento afetivo entre espectador e personagem, com capacidade de mobilizar outros sentidos fisiológicos.
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