Gambiarra como mediação
um encontro entre materialidades da comunicação e filosofia da técnica a partir das mídias digitais
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.1848Palavras-chave:
mediação, Gambiarra, Mídias digitaisResumo
Retomando discussões anteriores sobre a conceituação de gambiarra no campo da comunicação e nas ciências humanas e sociais, o presente texto faz uma revisão da obra de Gilbert Simondon e autores dos chamados Media Studies trazendo as noções de mediação e informação como suporte de uma reflexão sobre a gambiarra. A partir de autores como Alexander Galloway e Lori Emerson, busca-se reconstruir o processo de "concretização" ou individuação dos objetos técnicos digitais com foco nos videogames, propondo sua afinidade com o conceito em questão.
Downloads
Referências
CONSALVO, Mia. Cheating: Gaining Advantage in Videogames. Cambridge: The MIT Press, 2007.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 2009. (v. 1).
______. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Ed. 34, 2008. (v. 4).
EMERSON, Lori. Reading Writing Interfaces: from the digital to the bookbound. Minneaopolis: University of Minnesota Press, 2014.
GALLOWAY, Alexander R.; THACKER, Eugene; WARK, McKenzie. Excommunication: three inquiries in media and mediation. Chicago: The University of Chicago Press, 2014.
______. Gaming: Essays on Algorithmic Culture. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2006.
______. Protocol: How Control Exists After Decentralization. Cambridge: The MIT Press, 2004.
______. The Interface Effect. Cambridge, UK: Polity Press, 2012.
GEE, James P. What Videogames Have to Teach us about Learning and Literacy. New York, Palgrave Macmillan, 2003.
GRUSIN, Richard. Radical Mediation. Critical Inquiry, v. 42, n. 1, p. 124-128, 2015.
GUATTARI, Felix. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34, 2006.
GUMBRECHT. Hans. Production of Presence. Stanford: Stanford University Press, 2004.
GUMBRECHT. Hans. U; PFEIFFER, Karl Ludwig. (Ed). The Materialities of Communication. Stanford: Stanford University Press, 1994.
HALL, Gary. Pirate Radical Philosophy. Radical Philosophy, v.173, p. 33-40, May/Jun. 2012
HENNION, Antoine. Loving Music: from a Sociology of Mediation to a Pragmatics of Taste. Comunicar: Scientific Journal of Media Education, n. 34, v. XVII, p. 25-33, 2010.
HUI, Yuk. On the existence of digital objects. Minneapolis/London: University of Minnesota Press, 2016a.
______. The Question Concerning Technology in China: An Essay in Cosmotechnics. Falmouth: Urbanomic Media, 2016b.
KASTRUP, Virgínia. A invenção de si e do mundo: uma introdução do tempo e do coletivo no estudo da cognição. BeloHorizonte: Autêntica, 2007.
KITTLER, Friedrich. Literature, Media, Information Systems. Amsterdam: OAP, 1997.
LAKOFF, George; JOHNSON, Mark. Philosophy in the Flesh: The Embodied Mind and its Challenge to Western Thought. New York: Basic Books, 1999.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994
______. Reassembling the Social: An Introduction to Actor-Network-Theory. New York: Oxford University Press, 2005.
LIANG, Lawrence. Beyond Representation: The Figure of the Pirate. In: ECKSTEIN, Lars; SCHWARZ, Anja (Ed.). Postcolonial Piracy: Media Distribution and Cultural Production in the Global South. New York/USA: Bloosmbury, 2014.
MANOVICH, Lev. Language of New Media. Cambridge: MIT Press, 2002
MESSIAS, José. Gambiarra e videogames: uma visão cognitiva das tecnologias de entretenimento em world of warcraft. Contemporanea (UFBA. On-line), v. 15, p. 695-720, 2017.
MBEMBE, Achille. Critique of Black Reason. Durham: Duke University Press, 2017.
NEGRI, Antonio.; HARDT, Michael. Império. 9. ed. Rio de Janeiro: Record, 2010.
NEWMAN, Jame. Playing with Videogames. New York: Routledge, 2008.
OLIVEIRA, Luiz Alberto. Biontes, Bioides e Borgues. IN: NOVAES, Adauto (Org.). O homem-máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
PHILIP, Kavita. Keep on Copyin’ in the Free World? Genealogies of the Postcolonial Pirate Figure. In: ECKSTEIN, Lars; SCHWARZ, Anja (Ed.). Postcolonial Piracy: Media Distribution and Cultural Production in the Global South. New York/USA: Bloosmbury, 2014.
REGIS, Fátima. Comunicação, sistemas complexos e transdisciplinaridade: um comunicar intercientífico. Revista Contracampo, v. 15, p. 151-164, 2006.
______. Textos, texturas e intertextos: apontamentos sobre aprendizado e competência na comunicação digital. Intexto, Porto Alegre, n. 33, p. 209-224, maio/ago, 2015.
ROSAS, Ricardo. Gambiarra: alguns pontos para se pensar uma tecnologia recombinante. Caderno Videobrasil 02: Arte, mobilidade, sustentabilidade, São Paulo, 2007.
SIMONDON, Gilbert. [1958]. On the Mode of Existence of Technical Objects. Minneapolis: Univocal, 2017.
______. The position of the problem of ontogenesis. Parrhesia Journal, n. 7, p. 4-16, 2009.
SODRÉ, Muniz. A ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis: Vozes, 2014.
VARELA, Francisco. Conhecer: as ciências cognitivas, tendências e perspectivas. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.
VARELA, Franscisco; THOMPSON, Evan T.; ROSCH, Eleanor. A mente corpórea: ciência cognitiva e experiência humana. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. 5. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
WARK, McKenzie. Gamer Theory. Cambridge: Harvard University Press, 2007.
WARK, McKenzie. Furious Media: A Queer History Of Heresy. In: GALLOWAY, Alexander R.; THACKER, Eugene; WARK, McKenzie. Excommunication: three inquiries in media and mediation. Chicago: The University of Chicago Press, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.